sábado, 23 de março de 2013

Mas a gente acaba acertando...!

Lindo sábado aqui em Pouso Alegre, e logo cedinho tive o prazer de pendurar meu recém-concluído painel lá  atrás de casa, para tirar uma foto sob luz natural. Na última postagem eu falei das dificuldades que tive com este projeto, e prometi mostrar o trabalho pronto. Ele se chama "Dança das Folhas de Outono". Aqui está:


Apesar dos contratempos, este foi um projeto muito gostoso de desenhar e confeccionar; foi preciso fugir aos padrões de posicionamento de blocos, mas no final o resultado foi bastante gratificante; e fiquei particularmente feliz porque gosto muito da pessoa que encomendou este painel, e é muito bom ver meu trabalho valorizado, em boas mãos!

Na próxima postagem vou inaugurar um tópico importante: resenhas de livros. Há milhares - sim, milhares! - de livros de patchwork à venda na internet... como escolher?

Para inaugurar o tópico vou escrever sobre este aqui:


Para mim, é a "bíblia" de quem se interessa por design geométrico, e me ajudou muito em situações como a deste painel que mostrei aqui hoje. Mas vou deixar os detalhes para uma postagem exclusiva.

E falando em design, nossas lições também vão continuar na próxima semana!

Até lá, bom fim de semana!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Eu erro, tu erras...

... nós erramos!

Mas o que é o erro, afinal, senão mais uma oportunidade de aprender?

Hoje comentei no facebook que passei a manhã inteira fazendo de novo 12 blocos para um projeto; o bloco em questão é o espiral, que não é brincadeira:


E eu ainda fui inventar de confeccioná-lo em um tamanho meio fora dos padrões... tudo por conta de um desafio. Uma amiga viu aqui no ateliê este painel:


Ela desejou encomendar uma versão nesse estilo, mas retangular e sem perder o efeito concêntrico; desenhei então, exclusivamente para ela, este projeto:


E na semana passada confeccionei os 12 blocos espirais:


Lindinhos, né?

É, mas depois de prontos - todos os 12 - o tamanho estava errado! Este é um bloco com muitas costuras, e portanto é maior a chance de haver discrepâncias de tamanho. E houve.

Mas, como canta o Ivan Lins, desesperar jamais. Esses blocos irão para outro projeto (uma certa pessoa recém-casada vai ganhar um lindo caminho de mesa); hoje enguli o orgulho e fiz, do zero, os doze blocos novamente. E, finalmente comemorando o resultado, fiquei tão empolgada que juntei logo tudo:


Está quase lá: falta acrescentar bordas e aplicar as folhinhas de outono. Design perfeito para o dia de hoje, primeiro do outono de 2013, friozinho e gostoso como ele só!

Fica a lição de hoje, então: não podemos desanimar, nem achar que só a gente comete erros; todo mundo está sujeito a isso. E, por mais frustrante que seja, a gente sempre aprende com os erros.

Na próxima postagem mostrarei o painel pronto e, se der tempo, também o caminho de mesa que sairei lucrando.

Até breve!

quarta-feira, 13 de março de 2013

Aula Relâmpago: Aprendendo a VER

Esta postagem vai em homenagem a minha conterrânea Márcia: ela caiu de amores por esta peça e compartilhou a foto comigo no facebook:


Então, é possível elaborar um projeto apenas a partir de uma foto? Sim, é. Só precisamos aprender a enxergar. Vamos lá! 

Mas antes, um esclarecimento: esta aula relâmpago não faz parte da seqüência de lições que tenho oferecido aqui; este tipo de aula será sempre voltado para as pessoas que já fazem patchwork há algum tempo, conhecem a nomenclatura das sub-unidades e as fórmulas para corte de peças.

Primeiro precisamos identificar o bloco que compõe o design. Aqui está ele - é um bloco simples formado  por unidades bipartidas (triângulos HS):

Desenho 1: mostra a aparência do bloco pronto;
Desenho 2: Mostra o bloco com as linhas de divisão entre as peças;
Desenho 3: mostra uma fração do bloco dentro de sua grade invisível.

Já está ficando mais fácil de enxergar, né? O que complica um pouquinho a visualização é que o projeto utiliza frações dos blocos para formar as bordas; este é o gráfico do projeto completo:


Em compensação, a peça tira proveito de um recurso fácil que agiliza a confecção: blocos intermediários! Repare que os blocos coloridos não são posicionados lado a lado: há um quadrado branco nos intervalos.

Depois de unidos os blocos, os motivos florais são aplicados sobre as áreas brancas.

Mas e o cálculo do bloco?

Como vimos acima, a fração do bloco é montada em uma grade imaginária de 4 x 4 quadradinhos; se considerarmos 1 polegada para cada quadradinho, a fração do bloco medirá quatro polegadas, e o bloco todo medirá 8".

As peças do bloco ficariam assim:

Triângulos menores: 1" - cortar com 1 e 7/8";
Triângulo médio(vermelho): 2" - cortar com 2 e 7/8"
Triângulo grande (branco): 4" - cortar com 4 e 7/8"

Pronto, está tudo aqui! Se os blocos forem feitos nesse tamanho, a peça inteira medirá 48 x 48 polegadas, ou cerca de 1,20m. Este tamanho dá uma manta de sofá ou uma toalha. 

Quer maior? Faça os blocos com o dobro do tamanho, ou 50% a mais.

A peça da fotografia foi confeccionada por Ruth Wilson e mostrada no blog da designer americana Pam Bono. E agora que dei o crédito a quem merece é importante dizer: eu faço campanha para que toda quilteira saiba elaborar os próprios projetos, saiba olhar para uma foto e calcular tudo como fizemos aqui. Mas não acho que essa habilidade deva ser usada para simplesmente copiar com exatidão peças mostradas em publicações e na internet: devemos usar nossos poderes de bruxa para criar, adpatar, melhorar, transformar... 

Não é crime fazer exatamente como vimos na foto: nesses casos, devemos identificar a peça com o nome de quem confeccionou (nosso nome) e o nome de quem criou o projeto original. É um princípio bíblico, né? Se você criou um design e outras pessoas copiaram, vai querer receber o crédito. 

Mas, depois que tiver prática, liberte-se das fotos de peças prontas: inspire-se nelas, mas não perca o melhor da diversão: crie as suas.

Até a próxima aula!

terça-feira, 12 de março de 2013

Dia de Festa

Hoje foi dia de comemoração no ateliê: triplo aniversário - a Isabel foi ontem, a Vera é na terça que vem e o meu é mais para o fim do mês. Comemoramos tudo hoje, com direito a brownie, torta salgada, pasteizinhos... ufa!

Ainda bem que antes de comer trabalhamos bastante - queimamos as calorias antecipadamente! Vejam só o que as meninas desse grupo andam aprontando:



Colcha maravilhosa, em bargello, da Isabel; as cores são mais bonitas pessoalmente - tons de berinjela.


Colcha da Vera, com o centro em bargello e aplicações nos detalhes.


Caminho de mesa da Carmen - sua primeira peça, pois ela é novata no grupo.


Hora do recreio: Patrícia (com a fofíssima Clarice), é ex-integrante do grupo, mas não resistiu e veio nos visitar (por que justo hoje? rssss)


Eu, Isabel, Vera e Carmen.

Daqui a pouco tem aula novamente. Sem lanchinhos dessa vez!

Abraços, até a próxima!

segunda-feira, 11 de março de 2013

A Beleza da Geometria (Lição 2)

Patchwork é pura geometria. E quando as formas se encaixam com perfeição o trabalho flui como música... Mas esse processo tem seu preço: encaixar retalhos de tecidos é como brincar com lego: tudo tem ser no tamanho certinho - só assim é divertido!

Então, sem mais delongas (já que o blog ficou parado tempo suficiente), vamos aprender a lidar com essa geometria? Antes das férias eu havia começado a ensinar a elaboração e cálculo de um painel de Natal (clique aqui para ver a postagem), e agora vamos retomar do ponto em que paramos.

Revisando só um pouquinho: Já aprendemos que esse painel medirá 20 polegadas, e já vimos as proporções dentro da grade invísivel (os quadrados da grade imaginária medem quatro polegadas cada):

Vimos também que cada bloco encaixa certinho em uma grade:


Agora vamos entender um pouco como se forma o design de um bloco em patchwork. Eles são compostos por sub-unidades que cabem dentro dos quadradinhos da grade, e estas são as mais comuns:

Voltando à comparação com receitas culinárias que usei na lição anterior: estes são os "ingredientes" mais usados na receita de nosso "bolo": quadrados, retângulos, triângulos perfeitos e gansinhos. Eu chamo de triângulos perfeitos aqueles que, se unirmos em pares, resultarão em um quadrado; e gansinhos (em inglês, "flying geese"), são triângulos dentro de retângulos.

Mas e as outras formas? Os trapézios, hexágonos, triângulos equiláteros e isósceles, losangos e tantas outras? Essas formas podem ser costuradas também, mas eu particularmente não recomendo as técnicas tradicionais do patchwork nesses casos; existem técnicas complementares que preservam nossa sanidade mental - foundation e EPP, principalmente - e falerei delas no futuro.

Vamos voltar às formas básicas: se você sabe confeccionar as sub-unidades e imagina uma grade, já dá para inventar muita, muuuuuita coisa; as grades podem ser de quantos quadradinhos você quiser:


As possibilidades são infinitas!

Agora olhe novamente para nossos bloquinhos natalinos acima: você consegue identificar as sub-unidades que formam os blocos? Aposto que sim! Na lição anterior já vimos que somos nós que atribuímos o valor desejado aos quadradinhos da grade imaginária, de forma que a soma do tamanho das sub-unidades resulte em um bloco de tamanho apropriado para o projeto que temos em mente. Aí já podemos saber quanto mede cada pedacinho de pano que compõe o design. Poréeeeeem.... tem sempre um porém, né?

NÃO PODEMOS CORTAR OS PEDACINHOS DE TECIDO NO TAMANHO DA PEÇA FINAL. Temos de acrescentar uma margem de costura. Essa margem será sempre, SEMPRE, um quarto de polegada. E agora vem a boa notícia:

NÃO VAMOS FAZER MOLDES E CORTAR CADA PEDACINHO, UM POR UM, ACRESCENTANDO A MARGEM EM TODA A VOLTA. Nossas avós faziam assim. Hoje, a régua de patchwork já traz todas as linhas de marcação necessárias para cortarmos qualquer peça em qualquer tamanho, e existem três formulinhas super simples que uma boa e sábia cabecinha já calculou para a gente. Na próxima lição vamos aprender a usá-las para determinar os tamanhos das peças dos bloquinhos de Natal.

ENQUANTO ISSO...

...que tal tomar emprestada a caixa de lápis-de-cor das crianças, folhas de papel quadriculado, e brincar um pouco com as sub-unidades que mostrei acima, em azul? Ou você pode recortá-las em papel, também. Experimente, invente seus próprios blocos.

Até a próxima!